quinta-feira, 29 de maio de 2008

FOME EM POEMA!


Que cantem os poetas,

Que digam os loucos,

O que disserem,

Palavra rude ou bandeira,

Esgar ou fonema,

Que cantem,

Não mais calem,

Pois quando a fome é plena

E a desgraça um teorema,

Toda a fonética é pouca,

Para se dizer da voz a boca

Da retorta que há num tema.

Quando o poeta canta

E traz a voz ao homem,

Ou é sorte ou a planta,

Dos versos quando morrem.

Por isso, que cantem os poetas,

Ou digam os loucos,

O que disserem,

Que não há grito, que cale a fome,

Nem palavra, por nosso nome,

Numa criança,Quando morre.

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